"Próspero Ano Novo!"
É normal que tentemos pensar nas nossas perspetivas para o ano que se avizinha. Pessoalmente, gosto sempre de pensar que o ano seguinte é que vai ser em grande, cheio de sucessos e de felicidade. Nem sempre os planos correm bem, mas, somando todas as experiências, o balanço final é sempre positivo (vá lá, é como o défice, sempre a subir). Não concordo com a mania dos portugueses de pensarem sempre com muito negativismo e sempre com mais agoiros. "A vida está mal, mas lá vamos andando.", ou então, "Está tudo de pernas para o ar, já nem vale a pena o esforço." Confesso que é este tipo de expressões que me faz adorar cada vez mais o povo do nosso querido Portugal. Estamos todos desconcertados, mas continuamos sempre com o nosso fervoroso apetite e as nossas tradições, seja qual for a crise ou troikas, ou FMIs, ou Uniões Europeias que nos atormentem. Ai que a vida está mal, mas, meus amigos, como diria também o típico português "podia ser pior". Esta crónica, supostamente, falava das minhas perspetivas para 2014 e, sinceramente, tenho-vos a dizer que creio mesmo que o ano que vem irá ser um ano bom (recheado de greves, manifestações e de protestos, mas até isso é necessário para animar a malta, como concordaria o grande Zeca Afonso). Desde que tenhamos comida na mesa, uma boa família e algo para entreter a nossa vida monótona, meus caros, já podemos considerar ótimo o próximo ano. Despeço-me de forma tradicional com um...
"Próspero Ano Novo!"
É... Tiago Gonçalves, 30 Dez

Há Luz
Sentada junto à janela o tempo passa a correr, não vale a pena segui-lo, pois rapidamente perco-o de vista, só me resta sentar e calmamente tentar refletir sobre os três tempos…o que aconteceu, o que está acontecer e o que supostamente acontecerá.
A chuva lá fora cai sem pedir autorização, o constante pingar faz com que eu me tranquilize, pego no papel e na caneta e deixo-me guiar pela minha mente liberta de castrações emocionais e barreiras de pensamento, assim, deixo que a tinta negra grave as palavras que outrora o vento levou.
Preocupo-me em saber o que espero do Ano Novo que se avizinha, porém, estou ainda um pouco inquieta para solucionar os assuntos pendentes referentes a 2013, mas isolando-me de todas estas ânsias, tento interpretar o ano vivido e dele retirar as ilações necessárias para me ajudarem a prosseguir com o presente que me é apresentado e o futuro que espreita.
O ano de 2013 caracterizou-se por constantes acontecimentos que de alguma forma, foram primeiramente encarados como trágicos problemas, mas com o aprender a lidar com as diferentes situações, estes mesmos, tornaram-se em barreiras ultrapassadas. Estas novas conquistas levam-nos a novos caminhos, e é aqui, que começamos a compreender a fibra de que somos feitos. A vida divide-se em diversas etapas, e conforme vamos prosseguindo, novos caminhos vão surgindo, e estes exigem que façamos escolhas, e após as mesmas, que arquemos com o de bom e mal que poderá advir. Podemos iniciar esta caminhada sozinhos ou acompanhados e sem nos apercebermos podemos perder ou ganhar pessoas, modificamo-nos, deparamo-nos com as mais diversas emoções, tais como momentos de euforia, dramatismo, romance, tristeza, entre outras.

Agora, percebo a metáfora que este 2013 me proporcionou viver… Segues sorridente, a achares que o mundo está ao alcance da tua mão, contudo, distrais-te e tropeças numa pedra, ou melhor numa pedrita, cais, e por momentos ficas encolhido no chão a tentar perceber o que se passou, quando olhas para o teu corpo verificas que as tuas mãos e joelhos estão magoados, e aqui apresenta-se automaticamente duas opções, ou permaneces imóvel no chão, esperando que algo ou alguém surja, ficando à deriva de outros, ou levantas a cabeça, ergues-te, cuidas das feridas e continuas o teu caminho, com mais atenção aos percalços que poderão surgir, mas sem medo de cair.
Esta é sem dúvida a lição que retiro deste 2013, uma lição que me indica como devo encarar o futuro, tendo atenção, mas sem medo de viver, não permitindo que me condicionem e me restrinjam.
Sendo assim, em primeiro lugar resolvi que em 2014, não valorizarei publicações futuro-negativistas que esperam «O NADA» deste Novo Ano, que têm apenas por intuito o desencorajamento, o derrotismo, no fundo a passividade… Através dos seus parágrafos parece que subtilmente pretendem que vivamos dentro de uma caixa e que não saiamos de lá, pois vem aí algo ainda pior, vai ser mau, que todos os sacrifícios que até agora foram feitos são brincadeiras de criança comparado com as conspirações e estratégias de empobrecimento que estão a ser preparadas por mentes maléficas. Fazem de tudo para que acreditemos e que sintamos que em 2014 HAVERÁ UM POUCO MENOS DE VIDA…
Recuso-me entrar neste sistema vicioso, recuso-me acreditar que estamos perto do fim e não de um novo começo, de uma reviravolta à muito necessária.
Este 2014 será diferente deixaremos de nos vermos como vítimas de algo que nem percebemos, não seremos mais personagens secundárias e construiremos a nossa história.
Assim, este ano serei a protagonista da minha vida, tomarei as rédeas, com garra agarrar-me-ei ao espírito revolucionário e iniciativa dos meus antepassados e de todos os portugueses e o que até agora foi apenas sentido, será expresso.
Este 2014 quero ser mais «Eu», quero ser mais «Eu» para mim, e mais para os outros; quero continuar acreditar que lutando pelos meus ideais irei conseguir atingi-los; quero sonhar de olhos abertos e que a bruta realidade seja amenizada pelo sonho que cada um acalenta; quero continuar e iniciar os projetos que fui somando e guardando na minha gaveta; não vou ser ingénua e acreditar nas politiquices, porém vou esforçar-me para me colocar na pele daqueles que governam; vou procurar preocupar-me mais com o próximo e ajudar mais quem precisa; quero ler mais; quero viajar mais, conhecer novas culturas, mas principalmente viajar dentro de mim...
Quero mudar e provocar mudanças e isso só acontecerá se eu estiver disposta.
Eu em 2014 vou ser diferente!
E vocês?
Não tenham medo que a chuva vos molhe, pois o sol não se esconderá para sempre…
É... Sofia Almeida, 30 Dez

Eu transformo-me num verdadeiro puto, envolvido pela inocência e pela ingenuidade. Fico tão impressionado com a solidariedade que toda a gente demonstra nesta época natalícia. Às vezes, dou por mim a sorrir para a minha (já velha e cansada) árvore de Natal e reparo no sorriso, sempre eterno, do Menino Jesus. Não posso discordar quando dizem que é Deus que move esta solidariedade natalícia. Quem, senão Deus, teria força para mudar a mentalidade humana? Quero dizer, como é que de repente as pessoas se tornam solidárias? É uma força mistério. É uma era de campanhas de caridade e cada uma ajuda como pode e sempre se redime de todas as vezes que não ajudou. É tão bom o Natal. Esquecem-se as políticas da treta, esquecem-se as guerras, esquecem-se as crises e pensa-se no que realmente importa. Vá lá que há pelo menos trinta dias em que as crianças podem ser crianças! Era capaz até de afirmar que não sou o único que lambe os dedos sempre que come a primeira rabanada feita pela mãe (e quem diz que não lambe, meus caros, está a mentir, podem ter a certeza). Todos nós temos direito a ter uma época só nossa. Todos nós temos direito a ter um Natal em família. Diz-se que o Natal podia ser todos os dias, mas, eu prefiro em dezembro, porque é quando eu me aproximo mais da essência mais genuína do meu ser e, afinal de contas, é altura ideal para ficar em casa e festejar, porque ninguém tem vontade de sair com o frio que gela os ossos. Até nisso, Deus foi inteligente. Quanto a nós, o ideal é aproveitar enquanto temos força para o fazer.
É Natal!
É... Tiago Gonçalves, 14 Dez
É Natal !!!
É simplesmente fantástico ver dezembro chegar. Deve ser o mês que mais alegria me traz, além do frio cortante que, por vezes, até nem sabe mal. É neste mês, sem sombra de dúvida, que toda a Humanidade despe a sua faceta do quotidiano e da rotina e se insere numa nova realidade. Pode até ser uma ilusão, uma realidade utópica, mas, neste derradeiro mês, é como se a magia e as fantasias tomassem forma e dessem origem a um Mundo Novo.
... (Sem título)
Devo começar por explicar a ausência de título relativamente ao texto que se segue. Aqui o leitor preocupar-se-á apenas com o conteúdo e não com um elemento chamativo que o levaria inevitavelmente a ler na diagonal com a despreocupação de perceber as entre-linhas.
Envoltos no espírito natalício que não só se verifica apenas nos dias de 24 e 25 mas em todo o mês de Dezembro, a sensibilidade que tanto nos caracteriza enquanto ser humanos é exponenciada de uma forma mais relevante do que é demonstrada ao longo do ano, pela maior parte das pessoas.
Todo o ambiente criado permite que façamos uma reflexão interior sobre o meio que nos rodeia, levando-nos a analisar cada passo e contributo que demos para construir o "suposto mundo melhor". Após breves momentos de pensamento crítico com o nosso EU deparamo-nos que investimos a maior parte do nosso tempo, bem como da nossa energia na compra de algo físico que pensávamos que seria mais um objecto que transformaria a nossa vida "mesquinha" e "egoísta" quase perfeita, só que na verdade, após a posse do objecto desejado, essa satisfação desvanece rapidamente tornando-se temporária. É assim, que verificamos que perdemos tanto tempo a olhar para o nosso umbigo que esquecemos de algo tão mais importante que é olhar para o nosso lado. O olhar para o OUTRO não pode conter altivez, superioridade e despesismo, mas sim um olhar doce, preocupado, um olhar que nos faz querer ter um gesto activo e de intervenção. O humanismo não se pode resumir a uma época, apesar de ser louvável as iniciativas de voluntariado desenvolvidas como o recolher alimentos, roupas, livros, iniciativas de visitas a lar de idosos, aos serviços hospitalares, bem como diferentes instituições. Porém, em vez de fazermos disto uma prática esporádica, temos que mudar um pouco a nossa mentalidade e só assim é que conseguimos fazer a diferença e tornar numa prática reiterada. Aproveitemos a magia que o Natal nos proporciona, encaremos a vida com um pouco mais de fantasia para que a realidade seja des(dramatizada), menos penosa, no fundo que não seja um fardo que temos que carregar e que não condicionemos a nossa vontade de sonhar, pois o sonho é estímulo necessário para a prossecução dos nossos objectivos. Não permitam que haja um bandoleiro de sonhos na vossa vida.
É... Sofia Almeida, 14 Dez